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CHAMA CRIOULA - Valor simbolico

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Uma fogueira sempre mexe com os nossos pensamentos. Um fogo de noite pode significar muita coisa. Pode ser um luau, pode ser magia... Todos nós temos uma história com o fogo. Tem gente que adora. Outros, morrem de medo. Por que será?

Em todos os povos e culturas, o fogo sempre foi associado às forças espirituais. É símbolo da divindade e das chamas do inferno. Ao mesmo tempo, o fogo é, dos quatro elementos da natureza, o mais sutil. Afinal de contas é o único com o qual a gente não pode entrar em contato direto.

O fogo é fonte de luz e nos aquece. Mas ninguém pode tomar banho no fogo, respirar fogo ou pegar fogo sem se ferir. O fogo fere porque ele é pura transformação. Nunca é igual, nem a si mesmo.

O fogo aquece nosso coração, ilumina as trevas da Noite e por isso tem importância em rituais de magia, é idolatrado por alguns, serve de inspiração para outros e ainda pode ser considerado símbolo da paixão. Como se vê, o fogo está sempre presente: não só como instrumento da Humanidade para dominar a Natureza, mas como símbolo de nossos próprios sonhos.

Na antiguidade, o fogo era considerado sagrado por muitos povos, incluindo os gregos que tinham uma lenda segundo a qual o fogo teria sido entregue aos mortais por Prometeu que o roubara a Zeus. Devido à importância do fogo, em muitos templos eram mantidas chamas acesas permanentemente. Este era o caso do templo de Hestia na cidade de Olímpia.

Segundo se sabe, a tradição de manter um fogo aceso durante os Jogos Olímpicos remonta à antiguidade, quando se efetuavam sacrifícios a Zeus. Nessas cerimónias, os sacerdotes acendiam uma tocha e o atleta que vencesse uma corrida até ao local onde se encontravam os sacerdotes teria o previlégio de transportar a tocha para acender o altar do sacrifício. O fogo era então mantido aceso durante os Jogos como homenagem a Zeus.

No Rio Grande do Sul, esse fogo simbólico é representado pela Chama Crioula, que nasceu no ano de 1947, em um momento conturbado da historia Brasileira e mundial. Era um período em que os Estados Unidos da América, que havia tirado vantagens da 2ª grande guerra, ditava a moda como centro irradiador das grandes novidades mundiais, espalhando seu capital, seu prestigio, mas principalmente sua cultura que era de “mudar”, “evoluir”, “desenvolver” reproduzir o modismo lançado que invadia a América.

Era o ano de 1947, quando é criado em Porto Alegre, no Colégio Júlio de Castilhos um Departamento de Tradições Gaúchas, com o objetivo de resgatar, preservar e proporcionar a revitalização das coisas tradicionais do Rio Grande do Sul, através da historia gaúcha. Naquele momento, um grupo de jovens ginasianos deste colégio, não ficaram sentados assistindo culturas alternativas invadirem o cerne cultural de nosso estado, e numa atitude de muita responsabilidade, oficiaram o presidente da Liga de Defesa Nacional, manifestando o desejo de fazer o acompanhamento dos restos mortais do General Farroupilha, David Canabarro, que era transladado ao Panteão riograndense, de à cavalo. Uma vez aceito pela Liga de Defesa, o mais difícil foi arregimentar cavalarianos para cumprirem o ato, onde podemos verificar que usar indumentária gaúcha naquele período era quase um “crime” perante a sociedade.

Sete de setembro de 1947, os oito jovens liderados por João Carlos D’Avilla Paixão Cortes, fizeram o primeiro desfile nas comemorações da semana da Pátria . Da pira, foi retirada uma centelha do Fogo Simbólico, acendendo o candeeiro crioulo e guardado no Colégio Julio de Castilhos, dando origem à nossa Chama Crioula, que simboliza o apego do gaúcho à sua terra, o seu nativismo, seu telurismo. Esta Chama permanece acessa dentro de cada um de nós, demonstrando nosso respeito às instituições, valorizando a nossa cultura tradicional, à palavra empenhada, e nossa demonstração de civismo, patriotismo e amor ao Rio Grande e suas mais caras tradições. Há 63 anos este ato se repete!

do blog do Rogério Bastos
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